- sobre coisas que eu não conto…

As pessoas me contam as coisas com uma facilidade que eu acho até legal. É bom saber que tem gente que confia em você o suficiente pra te contar as coisas mais sórdidas e íntimas de suas vidinhas.

Eu não consigo fazer isso.

Eu sei muito, sobre muita gente. Pelo que eles me contam, pelo que eu ouço dos outros, e pelas conclusões que eu tiro (porque sim, eu sou dessas que tira conclusões e vocês sabem disso).

Existe aqueles que me contam as coisas esperando que eu dê uma solução pro problema deles, ou esperando que eu ajude eles a encontrar a solução; o que, por sinal, acontece bastante vezes e é bom saber que a gente pode ajudar. Tem outros que me contam simplesmente pra desabafar, contar suas mágoas e falar. Apenas falar.

Eu queria poder fazer isso.

Acho que em algum momento de alguma vida, não me lembro se foi nessa ou em alguma outra que eu deva ter tido, alguém deve ter contado meus segredos pra alguém; e agora, eu não consigo compartilhar eles com ninguém.

Eu tento, e eu tento muito, porque eu acumulo muita coisa, mas muita mesmo e, algumas muitas vezes eu tenho vontade de contar isso pra alguém. Sabe esse sentimento de compartilhar algo com alguém e sentir mais leve com isso? Então, eu não sinto a um tempo.

E não é por não confiar, porque eu confio em algumas pessoas. Digo que confiaria minha vida a algumas delas, mas não consigo contar coisas minhas que outras pessoas me contam e parecem tão normais, tão simples de ser contadas.

Daí fica essa sensação de “sempre cheio”. E toda vez que eu quero contar algo pra alguém, eu travo e não falo.

É algo que eu preciso mudar, porque “estar cheia” não está me fazendo bem.

Um comentário:

  1. Eu compreendo... Mas ainda do que imagina, pois também fui "agraciado" com ouvidos demais e boca de menos.

    Eu já me propus a falar algumas vezes, mas sempre me pego perguntando: Por quê? Vão me ajudar a resolver meus problemas? São realmente de problemas que quero falar? Talvez eu precise apenas falar de sentimentos, mas e então? Compreenderão? Aceitarão?

    Fará diferença?

    Geralmente a resposta é a mesma, e já me pergunto sabendo. "Não importa". Tenho preferido guardar pra mim o que é meu. Se compreendo tão pouco, como poderia esperar que alguém compreendesse?

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