- Sobre minhas lágrimas.

Por muito tempo, eu dizia que devia ser forte. Pela minha família e por tudo que elas fizeram por mim. Por mais tempo ainda, eu não me permitia chorar. Nem sozinha, quem dirá na frente dos outros. E essa coisa de ‘ser forte’ fez eu me fechar bastante e viver pra mim, um tanto que não fazia sentido por decidir que não queria contar nada de mim pra ninguém.
E assim eu guardei tudo que me fizesse fraca. E assim eu guardei todas as lágrimas. De todos os sentimentos.
Hoje, eu me conheço melhor. Hoje eu entendo que eu não preciso ser forte o tempo todo, e que está tudo bem em assumir minhas fraquezas. Mas agora, eu tenho um problema (que eu não sei se é realmente um problema).
Eu não sei mais falar de mim sem que meus olhos escorram. Eu não sei mais falar de sentimentos meus sem que lágrimas comecem a rolar, algumas vezes incontroláveis. E as pessoas não sabem lidar com lágrimas, e pra maioria delas, são sempre ruins. Na cabeça de muita gente, você só chora quando está tristes ou lembra de coisas ruins. E não é assim.
Eu choro pra descarregar. Principalmente pra tirar de mim uma bagagem que eu cansei de esconder. Pra mostrar que eu também sinto e eu sinto um monte de coisas. Sinto coisas ruins, lembro de coisas ruins da infância/adolescência (mas isso é papo pra outro texto), mas choro também pra descarregar emoções boas, pra compartilhar sentimentos bons.
E, se por acaso tu me vir chorando, não venha me dizer que ‘vai ficar tudo bem’, porque talvez já esteja.

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