- Sobre o melhor cachorro do mundo.

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O Thunder apareceu em casa pouco depois de um ano da morte da minha avó. E foi a primeira vez que chegou um bicho lá dentro que ela não tivesse “aprovado”. Ele chegou quase adulto, com medo e muito receio. A gente adotou o Thunder depois da Lorrana ter perdido um cachorro de semanas e porque a dona do Thunder preferiu ficar com a piscina do que manter um cachorro. É, tem dias que eu também não acredito que ela fez isso.
A gente teve outros 515814 cachorros antes dele, todos eles muito especiais, mas o Thunder veio num momento que a nossa casa precisava dele e ele precisava da nossa casa.
Quando ele chegou não sabia receber carinho e pra casa isso não fazia muito sentido. Ele não brincava, ele não corria atrás das coisas e ficou uns dias um teco triste e nós medo dele não se adaptar.
O tempo foi passando, nós fomos nos acostumando com ele e ele com a gente. A gente foi descobrindo umas coisinhas nele e ele se adaptando a rotina da casa. Ele continua não correndo atrás coisas quando a gente joga e tia Júlia sempre agradeceu por ele não morder nem carregar as coisas que ficavam no chão porque a Lorrana não era muito de deixar os brinquedos organizados. Mas ele sabe que ele não pode passar da porta do corredor e nem entrar dentro dos quartos, mas isso muda quando estão soltando fogos pela cidade e ele entra correndo tremendo pra baixo de alguma cama e não sai de lá até não parar.
Ele não deve ter noção do desespero que a gente passou cada vez que ele sumiu. Não que ele fugiu, mas ele era desesperado para sair na rua e as pessoas não deixavam ele voltar para casa. Ele era lindo demais para ficar na rua e até tentaram vender ele de volta pra gente. E eu também não deixaria um cachorro como ele na rua.
Durante a primeira graduação, eu chegava quase todos os dias e ia colocar ele para dormir. E quantas vezes ele me salvou. Porque o dia tinha sido uma bosta porque o emprego não era bem o que eu queria, ou algum cliente tinha sido babaca, ou quando eu estava cansada e já tinha certeza de que eu não queria mais aquela graduação de jeito nenhum, mas eu chegava lá e ele vinha todo sonolento e apoiava a cabeça no meu colo pra fazer carinho na cabeça dele sem saber que quem estava recebendo aquele carinho era eu. E muitas vezes ele recebeu carinho enquanto as minhas lágrimas rolava e me olhava com carinha de que ia dar tudo certo (ou talvez nem era isso que tu querias dizer e eu me apeguei demais a esses momentos).
Quando eu saí de casa eu quis trazer ele comigo. Não daria, não podia e eu nem queria fazê-lo passar o dia todo sozinho trancado num apartamento e esse é motivo por eu não ter brigado por ele. Thunder não merece perder o espaço todo que ele tem em casa e nem seria justo com ele. Mas é justo dizer que eu tem dias que eu queria chegar em casa e ir passear com ele me arrastando segurando a coleira enquanto ele escolhe por onde a gente vai porque, quando ele saia daquele portão o mundo era dele. E é justo dizer também que eu te queria aqui quase todos os dias.
“Thunder, dia 15 de setembro você fez 8 anos e vida e dia 12 também fez 6 que você chegou em casa. Seis anos que você se tornou o amor da minha vida e como eu queria poder ter feito as nossas coisinhas. Você não vai conseguir ler isso, mas tu és importante pra gente e eu espero que tu consigas sentir isso em cada carinho.”
p.s.: Toda vez que eu digo casa é o nosso lar e toda vez que eu digo a gente eu falo de mim, da minha mãe, da tia Júlia e da Lorrana. Ou seja, eu falo da casa, do nosso lar.
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