- sobre o iuri e uma amizade a distância mesmo morando perto.

Há uns dias, entre um episódio de série e outro a gente se perguntou como se conheceu. Ou talvez eu tenha tentado lembrar, não tenha conseguido e claramente apelei para a memória de Iuri que é muito melhor que a minha. Percebemos que faz tempo. Quanto? Nenhum dos dois sabe direito, mas faz muitos anos mesmo.

E nesse tempo todo a gente se viu poucas vezes, mesmo morando em cidades vizinhas que ficam praticamente uma dentro da outra. Agora que eu moro mais longe, não vamos nos ver nunca mais, eu sei.

A gente sempre se emprestou coisas e se deu presentes. Outra coisa que eu não sei quando começou, mas que também sempre aconteceu.

Iuri me apresentou Jay Vaquer, que eu só gosto de verdade de uma música e eu não consigo fazer ele ouvir absolutamente nada do que eu gosto. Eu não consigo me lembrar de nada musical que eu mostrei que ele realmente ouça, mas mais uma vez eu não confio na minha memória, afinal, tem muitos anos que a gente se conhece (eu mandei a minha música de lavar louça pra ele, e ele simplesmente ignorou sabe?). Ah, acabei de lembrar: a gente ama o "Júpiter" do Silva, mas eu não sei quem mostrou o Silva para quem (acho que fui eu).

Dividimos o amor por canetas. Eu amo canetas bonitas, de tinta preta e ponta fina, o Iuri ama a caneta do iPad, rs.

Ele coleciona coisas, eu coleciono coisas e a gente julga essa coleção ao mesmo tempo que dá risadas dela. Ele ri toda vez que eu falo que nunca mais vou comprar um copo novo e lá estou eu, dois dias depois mandando foto do copo pra ele; e eu rio dele quando ele me diz que comprou um photobook do casal principal do BL favorito dele (e ele diz que foi só o primeiro, porque como eu disse em acima: a gente coleciona coisas).

Os dois odeiam falar no telefone, mas a gente faz conversas de 3 horas assistindo episódio de série e ri com a reação do outro. Jamais esquecerei o episódio de Sotus que eu estava tristíssima pois nada dava certo na vida de Kongpop e ele simplesmente escondeu de mim a cena na ponte que foi a cena mais fofinha da série porque ele queria ver a minha reação, ele queria me ver emocionadíssima. Eu queria esquecer essa cena para ver de novo (e ele também).

A gente é igual com um monte de diferenças. Fazemos piadas de coisas que nem todo mundo faria piada, a gente fala sobre coisas que eu só falo com o Iuri e eu espero que ele fale só comigo porque eu desacredito que ele possa falar desses assuntos com outras pessoas sem ficar morrendo de vergonha, sabe?

Os dois escrevem. Blogs, contos, crônicas, histórias. O Iuri também escreve livros. Na verdade, ele começa a escrever, me manda para eu revisar, eu esqueço de revisar, ele cansa de escrever essa história, pensa em outra história e o ciclo se repete. E eu, escrevo esse texto.

...

Esse texto todo foi só pra te expor mesmo.
Dizer pro mundo o quanto você é louco, assim como eu.
Dizer pro mundo o quanto você é problemático, assim como eu.
Dizer pro mundo o quanto você cansa de mim, assim como eu canso de você.
Dizer pro mundo que tu me salvou várias vezes. Com palavras, com momentos, com comidas, com a sua amizade. Que mesmo que a gente fique dias/anos/meses sem trocar uma frase, quando volta é tudo igual e o problema, às vezes, é exatamente esse.
Obrigada por existir aí.
Se precisar, eu estarei aqui.

Feliz aniversário.



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